Não são tempos fáceis. Pelo contrário. Se desamarrar de cada gesto, de cada abraço, de cada esquina e de cada rosto com os quais se conviveu por tanto tempo mata um pouco daquilo que fomos. É como se um espinho ficasse entre os dedos. Incomoda. A dor é quase mínima, mas pode ser latente em momentos específicos. Sentimos saudades do abraço de um, do carinho em palavras de outro. E, às vezes, em noites como a de hoje, sentimos falta daquele olhar de compreensão, ou daquela amiga que segurava a mão trêmula e dizia que tudo daria certo. Crescer faz isso com a gente. Destrói o direito, por vezes, rápido demais. E o sonho de alcançar novas perspectivas não são o bastante em noites como a de hoje. Existe tanto que faz falta. As conversas prolongadas pela vontade de não estar só. As preocupações fingidas em fazer tarefas que sempre foram prazerosas por se fazer em grupo. Saudade das rodas em que as conversas não paravam por um segundo e dos silêncios partilhados entre pessoas que viviam as mesmas coisas. Isso não volta mais. Não importa quantas fotos saudosas foram tiradas ou quantos sonhos ainda ficaram por serem feitos. A saudade não muda. Fere. Arranha. Fica ali, inflamando o peito e deixando mais pesado o dia. Por mais que a rotina mude. Por mais que as novas pessoas e novas rotinas sejam importantes. Nada muda. Ainda se sente falta. Ainda se sente o mesmo medo. Ainda, raramente, se espera que às 3 da manhã ele bata de novo naquela porta de metal. E, ainda, se espera que o colo dos amigos existam. Para sempre.
A saudade pode ser uma companhia dolorosa em dias como o de hoje...
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