sexta-feira, 29 de abril de 2011

O amor é punk

É tão bom quando se tem certo o chão que se pisa. Quando deixamos de lado o amor como algo que nos tira o fôlego e aprendemos que os relacionamentos não nos tiram o chão e nos deixam sem fôlego, mas com ele podemos respirar aliviados e ter o chão sempre firme em nossos pés...
Não há tempo ou prazos para amar, apenas há oportunidades de sermos felizes me nossas sinceras tentativas de buscar conhecer alguém...um alguém especial que nos traz conforto por sua existência e que a cada momento nos faz mais donos de nós e de nossos caminhos...

Como conta Fernanda Mello, em sua crônica "Amar é Punk"




Que nossas oportunidades sempre sejam bem aproveitadas, pois o que levamos dessa vida é a oportunidade de "emprestarmos nossa vida para o resto da vida", como disse o célebre Vinícius de Moraes...

O pecado está em tentarmos...parar, para Leminski, dá azar...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O pecado do sabor

É nos momentos de ausência que se percebe que a presença de alguém é o que deixa seu dia mais bonito. Noite passada, sentado admirando a noite se esvair e as pessoas debandarem de volta para a casa dos pais, para os braços dos amores ou para caminhar para novas perspectivas. Senti o vento no rosto e o gosto de saudade invadiu-me a boca. E ao ter o chocolate derretendo na boca senti mais saudade do gosto do teu beijo. E, de repente fiquei em nostalgia. Lembrei do primeiro olhar, do primeiro abraço e do quanto eu não queria te soltar e de repente, achei que devia dizer. É, eu realmente estou sentindo falta de você aqui. O chocolate é doce, mas não tanto quanto tê-lo em meus braços, não conforta tanto quanto aninhar você no meu peito. Sinto falta. Tenho que confessar, que ainda quero te mostrar um mundo de sabores...quero que conheça um pouco da minha perspectiva e leve contigo um pouco de mim...pois sinto que tenho você todo desenhado no meu corpo...

Sinto saudades de você...e tenho o sabor do teu beijo gravado nas papilas...e isso me faz querer ter você sempre aqui...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma saudade sem pecados

Éramos 20*

Quando aconteceu parecia um acidente. De repente alguém, por descuido ou com toda intenção, bateu em uma caixa de tintas e derramou vinte cores em um momento pós-moderno. Contrastantes, iluminadas e cheias de vida, as cores eram totalmente desconexas para qualquer admirador de arte, até para os mais afinados. Essas cores não batiam em nada. Eram simplesmente 19 cores primárias. Uma delas, nunca foi vista entre as outras, mas por conveniência sempre esteve lá. E então, o tempo foi passando.

Algumas cores foram desbotando como as lembranças de um velho amor ou de um amigo querido que viajou para longe. Outras foram ganhando destaque. Esse alguém, apenas olhava a dinâmica de tempo e espaço que não foi estabelecida para que essas cores se compreendessem ou decidissem se combinavam ou não. E não combinavam. Compunham. Dançavam a chamada valsa-vida. Uma fase que para todos pode ser experimentada em uma maneira particular, mas que vai apertar o coração de todos que a deixam. Essas cores-pessoas tiveram bons, maus, horríveis, perfeitos, amigáveis, fortes e intensos momentos juntas. Foram 4 anos. E o que parecia tão distante chegou à galope. E em 2010, a sexta turma de Comunicação Social - Jornalismo já enfrentava tarefas de compor projetos, acompanhar disciplinas, desenvolver o temido TCC - Trauma de Conclusão de Curso. Foram 4 anos, que vivemos os meses de formas aleatórias, as semanas vencendo prazos, os dias perdendo-se na função de noticiar. As horas sempre foram deadlines e os minutos sempre foram contados em alguma locução daquele alguém que conta nossa história.

Não será possível esquecer algumas cores, que ficam frescas na retina quando pensarmos em graduação. Será sempre possível ter o peito acalmado ao pensar que vencemos, que lutamos, que crescemos e decompomos um quadro que foi acidental. Essa obra de arte que está nas mãos do leitor é toda feita em cores. E a cada imagem em preto e branco, temos muito rosa, azul, verde, branco, roxo, vermelho, amarelo, laranja e tantas outras que essas escalas de cinza não podem contar.

Alguns que ficam nesta instituição sentirão saudades, outros lembrarão com carinho e no ano que começa daqui a pouco, alguns só ouvirão histórias de cores-pessoas que queriam mudar o mundo. E não tem como dizer que não queríamos. A cada pauta, a cada entrevista, a cada trabalho, a cada discussão acalorada sobre teorias em sala, a cada bom ou mau gesto entre graduandos, nós sempre quisemos salvar o mundo.

E nossa marca ficou no que disse sabiamente Regina de Oliveira, professora da disciplina de Redação Jornalística, no primeiro ano. “Endureçam, mas não percam a ternura”. Outras frases dela ficaram, mas não seria de bom tom citá-las. Ficaram outros grandes mestres e professores dedicados que nos instruíram na arte de contar histórias da vida real.

Eram 19 cores e em quatro anos, apenas 12 delas ficaram. E talvez, menos delas amanhã se deparem com o desesperador mercado de trabalho. O futuro que parecia tão distante enquanto nossas pautas caiam no primeiro ano.

E nessa hora, cabe citar a frase de Rodolfo Londero. “Neste momento, já não me cabe falar mais nada”. Agora nos resta seguir. Cada um a sua estrada, mas todos com um potencial que não será em nenhum momento questionado. Jornalistas. Cores-pessoas.

Esta é nossa última edição. A sexta turma de Comunicação Social - Jornalismo - Elisa Roseira Ferreira Leonardi se despede da Universidade Estadual do Centro-Oeste com muita coragem para seguir, com algumas manchas coloridas pelo corpo e pela alma, pelas pessoas que conhecemos e pelo que elas nos tornaram. Nessa edição você encontrará as últimas matérias feitas por graduandos. E um dia, ainda lerá, ouvirá ou assistirá outras que foram feitas por estes jornalistas.

*Este texto foi publicado na última edição do sexto ano de produção do Jornal Laboratório Ágora em revista, desenvolvido nas disciplinas de Estágio Supervisionado em Jornalismo e Jornal laboratório, no ano de 2010, no curso de Comunicação Social - Jornalismo. Eu, como autor, reproduzi o texto aqui para matar um pouco uma saudade que fica.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O pecado da aventura

De repente, você já não quer mais cumprir sua agenda. Ela parece chatíssima e sem novidades. Não há evento que você não trocaria por outra oportunidade de voltar a aquela cena: os dois, deitados no sofá sorrindo. Não há coisas pelas quais você espere mais ou queira contar apenas para dizer que não é mais apenas seu. A vida cheia de riscos mantém acesa essa vontade de querer mais e pensar que se pode tudo. A atenção às coisas mudam como, por exemplo, os passos na escada. Eu sempre acho que eles são seus. Não que eu não os reconheça, mas é que desejo que sejam. Vontades que surgem, pecados que não se esquece. No corpo ainda estão aquelas delicadas marcas de um encontro acalorado em uma tarde. O que fazer? Em alguns momentos, nos sentimos personagens de peças famosas. E aí? O que dramatizar e o que viver? Temos sempre coisas a cumprir, leituras, escrituras, prazos e oportunidades. E quais delas eu poderia trocar por mais duas horas e dez minutos entre seus braços? O pecado agora está no pouco tempo que são as benditas 24 horas e nas dificuldades que encontramos em um dia...

sábado, 9 de abril de 2011

O pecado em um abraço

Ainda estou procurando palavras pra contar deste pecado, que posso dizer da pílula mais intensa que eu já provei. Foi o tempo mais curto e mais longo que me aconteceu. Eu ainda não sei o que dizer, e sempre tive tantas palavras, tanto pra contar e o que posso dizer? Seu perfume ficou aqui. Aqui me fazendo pensar em tudo. Além dele, ficou um espaço vazio. Falta você aqui para eu continuar a te abraçar, pra nós continuarmos nos abraçando. Realmente eu queria te abraçar. E mudou os sonhos e as vontades, e ficaram soltas as minhas ansiedades. A primeira pílula de pecado que me anestesia, que me instiga a ficar feliz, que muda minhas vontade e que me realiza, me acrescenta. Eu ainda estou com os pensamentos desconexos. Só gostaria de contar, que acabei de experimentar, uma das mais intensas pílulas de pecado: o teu abraço!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O pecado da espera

E às vezes, eu paro e olho pela janela. E por um momento, antes de realmente baixar a vista para encontrar com sua silhueta, peço para que lá ela esteja. E, normalmente você não está...é claro que tenho esses olhares furtivos pela janela, em várias horas da madrugada, em noites que não consegui ver você mais do que uma vez por dia. E, depois de ontem, fico pensando em que coisas quero saber e o que quero partilhar contigo. Tenho essas manias de guardar a última cena e analisar o que eu poderia ter feito para que ela acontecesse de outras maneiras. Tudo bem que sempre prefiro do modo real e sincero que aconteceu, mas vale a pena querer saber o que estou sentindo no momento. Ainda quero saber o que pensa do amor e se acha a política partidária algo interessante. Ainda me pergunto se você conhece os filmes que quero te mostrar e se você sente as mesmas coisas que eu sinto. Enfim, a insegurança e a vontade me tomam e ao mesmo tempo, quero saborear este momento que está tão bom, que está me fazendo bem... Só não sei o que vai acontecer nos próximos episódios, e como todo bom ansioso...às vezes fico horas a fio pensando se consigo descobrir.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O pecado de se molhar

Fina, porém ruidosa, a chuva lá fora me incomoda. Lentamente o som que ela propaga começa a dominar a cozinha escurecendo no fim de tarde. O som de músicas entoadas e de outros barulhos gostosos como a água descendo da torneira vão sendo obrigados a ter como pano de fundo este ruidoso barulho de terra molhando. Ainda não gosto da chuva. Me incomoda a proposta de sair para se molhar, de ter que enfrentar o mundo, que já é meio cinza ainda impregnado de barulhos e umidade, não é muito agradável. E diferentes barulhos vão incomodando este silêncio interno no qual, meditativo, ainda fico pensando nos olhos que passam, que me cumprimentam, que me enlouquecem. Olhos ruidosos como o mar. Um caos marítimo cheio de tinta negra que parece que vai nos devorar. Sim, a nós, eu e o mundo. E enquanto isso, o ruidoso som da chuva me incomoda ao pensar que podemos ser tragados. E eu quero? E eu quero! E eu quero...