Os amores e os copos d'água são tomados muito depressa. Uma maneira de qualquer sobrevivente engolir logo aquilo de que precisa e continuar sua jornada até o próximo ponto. É triste, mas ninguém quer ser feliz para sempre. Todos têm medo de que a perfeição seja para sempre e ao mesmo tempo de que acabe no próximo instante. Vive-se disso. A sociedade nos exige que devoremos tempo e espaço e que possamos ser exímios. Indivíduos resilientes. E o que pode-se fazer de tão bom se não tem os obstáculos para enfrentar? É nesse momento em que as negras núvens de chuva flutuam sobre os delicados copos d'água. É nesses momentos que percebemos que somos os aventureiros e as interpéries e que para sermos melhores, queremos criar as barreiras mais difíceis. Aprendemos a ser assim. Crescemos sabendo que se não fôssemos heróis. Seríamos mais um dos transeuntes enquanto qualquer dos personagens da Marvel, ou de outra empresa de entretenimento, salvam o mundo. E por que não salvamos o nosso mundo? E por que ter tanto medo de ser vilão de vez em quando? Alguém tem que ser o mal da brincadeira. Isso, eu ouço desde criança. E de que lado você está já não é o bastante. A pergunta hoje é: "-E eu preciso mesmo ser só o vilão ou o mocinho?".
Acabaram-se as cenas de romance e cortejo em torres de mármore. Feliz ou infelizmente.
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