segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O pecado do preço

Queremos tanto. Queremos tudo. E chega um momento que não sabemos mais o valor das coisas. Dá um medo de abrir o peito. Olhamos a janela iluminada e pensamos: "-Quem será que está a admirar o que nós queremos ver?". E o que queremos ver? Ninguém sabe. Sonhamos tanto. Lutamos todos os dias para conseguir vencer as metas, os prazos, para entregar as coisas na data. Queremos novos sorrisos, queremos outras chances. Encontrar o amor ideal. O emprego perfeito. O que fazer para emprestar a vida para o resto da vida. Sonhamos. Sonhamos demais e com tudo. Acho que ensinam-nos muito mal. Nos mimam com a ideia de que tudo pode melhorar que sempre existe um "felizes para sempre" no fim das histórias. E será que existe fim? E será que existe ser feliz? Há muito fui desacreditando de alguns detalhes desses contos de fadas. Hoje, talvez amanhã também, eu ainda acredite que não há princesas, príncipes e torres. Na verdade, ainda não sei se desci delas...das belas torres de mármore. E aí me pergunto: Será que um dia eu já subi nelas? Lembro-me de um filme, desses do cenário brasileiro, que tinha uma cena emblemática...Pais conversavam...o homem dizia que não sabia o que havia acontecido com os sonhos deles. Ela responde: "Sonhos? Eu tive que viver acordada para criar esses meninos"...Quero muito acreditar que vivi acordado. Nem que esse meu acordado seja apenas uma sensação desse sonho que sonho a tanto tempo... Chega horas como essa...que você se pergunta se vale a pena...a que preço a busca da felicidade? Ninguém sabe, mas qualquer um pagaria...

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