quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O pecado de escolher

Nem todos são otimistas. Nem todos são pessimistas. Nem todos são bons e nem todos são ruins. Julgar não cabe a nós, pobres humanos cheios de defeitos. Cecília sempre pensava nestas frases.Às vezes, não nessa ordem, embora pensasse com frequência nos atos e desatos que a vida dá. Não gostava de escolher e preferia sempre não opinar. Era a melhor maneira de viver, segundo ela. Dizia que ao escolher um lado estava fadada a levar para sempre aquela escolha. Não que estivesse errada. Nem que estivesse certa. Simplesmente preferia que a vida a levasse, para longos passeios com diversas companhias sempre esperando por novas histórias, por novos contos mesmo que desses o que ela conhecia ficava só para si. Não era a favor do aborto. Mas, não sabia se era contra. Não gostava de homossexuais, mas também não tinha nenhum apreço pelos heterossexuais. Pensava sempre na porção exata e em como ela poderia ficar entre tudo. Sempre no meio de tudo. Um dia, enfim, no meio da linha veio um trem. E Cecília foi divida ao meio. Um lado lágrimas, do outro poesia.

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