sábado, 18 de junho de 2011

O pecado da valsa

Te convido para dançar. É isso. Eu quero poder desfrutar dos meus dotes de bom dançarino. Não daqueles que valseiam bem, mas daqueles que conseguem em um abraço fazer você sentir-se em uma dança. É apenas uma dança. Não estou pedindo que me ame, apenas que me abrace e aproveite o bailar que nos consola. A solidão se faz grande nesta noite vazia de sábado. E que comece a música, vamos dançar. Vamos sentir a novidade de sermos quem somos nos encher de extrema alegria. Te convido para aproveitar os doces sorrisos e dar-lhe novas oportunidades de conhecer aquilo que você não poderá ver sem mim. Eu quero dançar com você e guiá-lo por noites densas, para que você possa, feliz quem sabe, pensar em amanheceres tão bonitos como os que eu proponho te dar. É uma valsa, não se sinta acanhado. Não imagine que amar é deixar-se perdido aí, por entre meus braços. Quero gostar seus gestos, entender seus encantos e poder ler em seus olhos esse mistério de ser algo que nem mesmo você conhece. É estranho poder dançar com um mascarado em um baile sem máscaras. Gostaria de mais uma bebida? Ou talvez, experimentar outro passo, outro tempo, outro espaço? Eu gostaria. Gostaria de te levar para outras oportunidades, para as minhas mais sublimes vontades. De mergulhar neste Aquário tão profundo e ao mesmo tempo tão raso. Profundo de segredos, de sentimentos, de descobertas. E raso, raso de tudo aquilo que cabe em ti. Queria fazer você sentir-se seguro. Queria abrir seus braços para meus abraços. Queria te roubar o tempo e ao mesmo tempo te daria em troca o brilho dos meus olhos. Coisa rara, talvez a mais cara que eu tenha. Gostar é isso? É experimentar a necessidade de perceber-se sozinho sem o outro. Talvez nunca saberei. Pois, que incógnitas você me dará para decifrar? De que naufrágio você pode ter medo. Já lhe disse, tenho um bom barco e um oceano inteiro de emoções nos aguarda para desbravarmos os sete mares. É só escolher a data e pegar o colete salva-vidas. É, não adianta, mesmo que queria, não vou deixar você nadar em mim sem proteção. Quero que tenha a segurança que busca, nesta viagem-naufrágio que se chama paixão. Nessas mentiras e desesperadoras afirmações que não passam de um poeta criativo e alguns momentos oníricos que querem você aqui. Nos meus braços, por uma noite inteira, do por ao nascer do Sol. Agora falta negociar, como faço para decifrar este labirinto tão exuberante que é você.

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