terça-feira, 7 de junho de 2011

O pecado dos filmes e tardes chuvosas

Tudo parece turvo nesses dias que a chuva chega de surpresa e se instala. E entre portas rangendo e batendo pelo vento que sopra e as folhas, os livros, os papéis e as canetas movem e param, param e move, fico pensando como queria viver numa dessas telonas de cinema. Às vezes, bem de mansinho, queria estar naquelas cenas de aventuras amorosas pelas costas irlandesas e mostrar para você a beleza daquela grama verdinha e da neblina que quase não se dissipa. E de repente, quem sabe, aparecer em uma daquelas vilas da Itália e saborear contigo, um bom almoço, no estilo italiano, com massa, pão, queijos e vinhos, e suco de uva...porque sei que você não gosta de beber.
Queria então mostrar para você as novidades que tenho quando não saio do meu quarto, desses poemas mal rabiscados e das boas conversas que travo destemido contra as frases de Caio Fernando Abreu e os doces cantos de Clarice Lispectos. Queria te contar a chuva numa dessas boas rimas de Cecília Meirelles e dizer que o mar está aqui pertinho para que nós pudessemos saborear a brisa marítima que varre as longínquas encostas...
Tenho tantas vontades, de fazer da minha cama barco e zarpar por um mundo diferente e de te trazer comigo para esse mundo dos sonhos, mas nossos compromissos chatos, não interrompem quando há chuva e eu ainda tenho mais textos e você mais pretextos para quem sabe num próximo encontro zarparmos para algum lugar exótico e interessante entre o meu batuque e o seu coração.
Ainda pego esse ritmo, ainda entro no compasso, ainda danço contigo uma valsa inteira...

E ao terminar este lamento, não que é que o céu abriu? Foi só para eu parar de reclamar de carência e perceber o quanto você clareia meu dia...

Beijos açucarados, meu amor...

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